Taylor Swift nos presenteou com um novo álbum de músicas inéditas em 2020, o evermore, que é irmã do folklore. Se ela conseguiu surpreender por lançar um novo álbum em tão pouco tempo, resta saber se evermore vai conseguir surpreender e impressionar como seu antecessor, folklore. Esperamos uma sonoridade parecida e até temáticas similares. Vou resenhar música por música e depois fazer uma consideração geral. Vem comigo!
#1 - willow
willow tem a difícil missão de ser o carro chefe do evermore, substitindo a aclamada cardigan. Mas ela também é a canção que abre o álbum, e apesar dessa não ser uma resenha para comparar eles, me parece inevitável não lembrar da maravilhosa the 1 que abre o folklore. willow não me cativou nas primeiras vezes que ouvi e deixei a música meio de lado, até um dia, me ver cantando o refrão sem perceber. Por isso, acho que a música funciona bem e vai conquistando aos poucos, além de ter uma base mais animada que cardigan. O refrão é realmente muito bom e quando ouvimos as letras que remetem à cardigan, dá um quentinho no coração, eu sei.
PS: A Taylor gosta mesmo dessa música e lançou vários remixes, uma para cada tipo de bruxa. Vale a pena conferir.
#2 champagne problems
O título dessa música me deixou curiosa para ouvi-la. É uma balada de piano gostosinha que cumpre seu papel enquanto Taylor nos conduz por uma história de um rompimento. A história é muito bem contada (parece até óbvio dizer isso, é a Taylor né?) e que te faz mergulhar e vizualizar as cenas narradas. Inicialmente, era uma das minhas favoritas, mas acho que o álbum tem outras músicas mais lindas ainda.
#3 gold rush
Em todas as reações que assisti, gold rush impressionou todo mundo! É a minha favorita do álbum também. As passagens da música são perfeitas, a melodia é muito contagiante e cresce lindamente. Essa música me fez ver como o evermore é diferente do folklore, no sentido de ser aberto a mais 'possibilidades', se é que posso dizer assim. Me arrisco a dizer que essa seria a perfeita substituta para the 1, uma ótima forma de começar o álbum.
#4 tis' the damn season
A melodia de tis' the damn season é super encaixadinha e flui muito bem, quase não dá pra perceber quando começa o refrão. Os instrumentais também estão lindos e trazem esse tom de nostalgia/melancolia da história da música. Ela também me remete muito às narrativas do folklore por ser ambientada em uma cidade pequena. Nossos personagens (será que são os mesmos?) já não estão tão jovens mais e precisam lidar com os romances do passado e com a vida que eles trilharam enquanto adultos. Particularmente, acho essa letra muito relatable.
#5tolerate it
Faixa 5 é sempre faixa 5 né? Acho que é a música mais triste do álbum e talvez da carreira da Taylor. Voltamos com um instrumental simples e cru, focado no piano, até porque essa letra precisa ser bem ouvida por todos. Como já falei no post das relações de folklore/evermore, essa temática de se sentir inferior em relação ao parceiro é retomada em tolerate it. A própria Taylor já disse como foi libertador escrever canções sobre histórias inventadas, porém, eu particularmente acho que essa aqui tem muito a ver com ela mesma, em relacionamentos anteriores, nos quais ela se relacionou com homens mais velhos. Na entrevista para a Apple Music, ela disse que a canção foi inspirada em um livro que ela estava lendo na época, mas que foi fácil se conectar com esse sentimento também.
#6 no body no crime
Depois de deixar todo mundo bad, Taylor nos presenteia com uma canção que é novidade em relação ao folklore. Esse tipo de sonoridade mais country agradou a maioria das pessoas que concordam que essa é uma das melhores do álbum. Essa música consegue contar uma história tão bem quanto um filme da Netflix de 1 hora, mas de novo, nenhuma novidade: todos sabemos de quão talentosa a Taylor é. Só estranhei mesmo a falta dos vocais das meninas do HAIM, que ficaram só no backing vocal do refrão, mas tudo bem. A música é perfeita e pode ser um single.
#7 happiness
Desaceleramos novamente com uma balada bastante linear na melodia, que lembra um pouco this is me trying. Porém, a letra me cativou mais e acompanhei todo o processo. Esse momento de organizar os sentimentos após o fim de um relacionamento é algo bastante relatable e é colocado de forma muito sincera na letra, até mesmo pela oscilação no posicionamento do eu-lírico, de tentar ser gentil, mas não conseguir lidar com a raiva, "I hope she'll be a beautiful fool / who takes my spot next to you/ No, I didn't mean that, sorry I can't see all the facts through my fury."
#8 dorothea
Na primeira vez que ouvi, achei a música muito estranha com os gritinhos no final de dorothea. Após ouvir algumas vezes, me acostumei e aceitei a proposta e posso dizer que gosto da música. É uma canção bem mais 'iluminada' do que happiness, e os gritinhos trazem certa leveza, o que deixa a música mais fácil de 'digerir' do que a sua antecessora. Em algum momento, cheguei a conclusão (pessoal) de que a melodia dessa música parece uma coisa distante, como um sonho, um escape. Isso se relaciona com o tema, lembrar de uma pessoa querida do passado, uma relação que já não é mais a mesma coisa, remetendo a distância. Impossível não lembrar de betty, que também evoca sua interlocutora, mas dorothea é bem mais nostálgica.
#9 coney island
Estamos falando de um álbum bastante longo, já passamos por tanta coisa e ainda é a canção 9. Acho que por essas e outras, uma intro bem simples e que não parece promissora, coney island passa batido por muita gente na primeira ouvida, inclusive por mim. Tenho insistido e ouvido mais a música e na verdade ela me agrada bastante. O refrão é lindo e flui muito bem, e o instrumental cresce lentamente e a participação do The National ficou linda também. Eu voto que essa será a música que vamos prestar atenção quando cansarmos das outras.
#10 ivy
ivy recupera o fôlego do ouvinte, é uma música bem 'folklore', na sonoridade e na letra também. Essa é uma daquelas que claramente foi feita a partir dos personagens imaginados da Taylor e é sempre muito divertido tentar montar a história. Vi pessoas falando que são duas mulheres, eu adoraria que fosse, apesar de não termos nenhuma pista concerta na letra. Ainda sim, desde que ouvi essa teoria, não consigo ouvir a música sem imaginar duas amantes se escondendo do marido de uma delas. Lindissíma a ideia da planta que cresce e toma conta dela! E as pontes dessa música também, lindas.
#11 cowboy like me
Essa música é muito baladinha country. Os instrumentais são lindos também e a melodia flui fácil. Não foi um destaque nas primeiras ouvidas, achei meio qualquer coisa, mas tenho ouvido mais e acho que será outra amada depois que nos cansarmos das outras músicas. Também vi um questionamento se seria sobre dois cowboys e parece que é real. Essa informação deixa a música ainda mais encantadora pra mim! Muito legal ver a Taylor escrever de outras perspectivas.
#12 long story short
Não tem quem não fique feliz ao ouvir a intro de long story short, trazendo mais movimento para o álbum. É uma música que vejo em outros álbuns da Taylor se tivesse uma produção um pouco diferente talvez. E a letra também é mais simples, fazendo uma relação sobre um momento ruim na vida com o cara errado, tudo de forma 'resumida', pois agora ela está em outra. Gosto dessa sensação boa que a música deixa de 'apesar disso, eu sobrevivi'.
#13 marjorie
Acredite, essa música passou despercebida por mim nas primeiras vezes que ouvi. Já não estava prestando atenção na letra e só depois de ver o lyric video, percebi a história por trás da música. Acho que essa é uma canção que fica muito melhor quando você entende o que há por trás e quando sabe a letra também (estamos no Brasil, nem todo mundo que ouve música em inglês sabe tudo). Novamente os instrumentais estão lindos e no ponto, deixando a melodia e a letra ser o destaque da música.
#14 closure
Bastante conveniente colocar uma música que chama closure no finalzinho do disco, assim como the 1 para abrir folklore. Os instrumentais são os mais experimentais dos dois álbuns já lançados. É uma música sobre o fim de um relacionamento e também acho que vamos voltar a ela quando cansarmos das outras músicas do álbum. Por enquanto, para mim, é a música menos favorita do evermore.
#15 evermore
Adorei que ganhamos outra faixa da Taylor com o Bon Iver, e sou uma das raras pessoas que gosta mais de evermore do que de exile. Taylor contou que as duas músicas foram produzidas de forma semelhante, Joe (seu namorado) dava as notas no piano e ela ia acompanhando na melodia. Depois, Justin (do Bon Iver) escreveu a ponte e mandou a música de volta. A canção trata de uma tristeza que parece não ter fim e se prolonga pelos meses. É uma música que vai marcar essa quarentena para mim, pessoalmente e uma forma linda de encerrar essa fase.
Ainda temos mais duas músicas na versão deluxe, mas não foi lançado até agora.
Minha ordem de músicas é:
É legal: closure, dorothea, happiness, cowboy like me
Maravilhosas: willow, champaghe problem, long story short, no body no crime.
As favoritas: evermore, gold rush, ivy, marjorie, coney island, tis the damn season, tolerate it.
Minha opinião geral: Se por um lado o folklore impactou pela surpresa, o evermore impacta pela consistência. De certo modo, eu já estava imersa no universo folklore e pronta para ouvir mais histórias. Talvez por já estar preparada para a sonoridade do álbum, ele me conquistou muito mais rapidamente do que o folklore. Olhando para o conjunto do álbum, ele tem canções que me agrada muito mais do que o anterior, além de músicas que extrapolam a sonoridade do que já tinha sido apresentado no folklore, como no body no crime, gold rush, long story short. A Taylor é uma das maiores artistas do nosso tempo e sempre entrega muita qualidade em cada era. Essa talvez, é a minha favorita. A única certeza é que quero acompanhar seus próximos trabalhos e conhecer os novos universos que ela cria para nós.