Ano novo é sempre a mesma coisa: aquela lista de metas e sonhos, que muitas vezes, são as mesmas do ano interior, que ficamos devendo. Estava rodando pela Netflix e não sei muito bem porque cliquei na série 'Você é o que você come'. Eu tinha certeza que mal terminaria o primeiro episódio, mas acabei vendo os 4 de uma vez só. Se você quer um empurrãozinho para melhorar sua alimentação e qualidade de vida, e considerar muito o veganismo, sugiro assistir essa série. E ler o livro 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo' também, ótimo combo! Vou te contar o que achei da série e de como ela bateu aqui.
Essa minissérie documental acompanha um estudo científico, um experimento, feito com 21 gêmeos idênticos. Isso é legal, pois todo mundo ali é especialista, pesquisador de renome. Vamos combinar que tem muita gente sem nenhuma referência falando muita besteria na Internet sobre esses assuntos, né? Mas não é o caso.
Esses gêmeos passaram 8 semanas com uma dieta especial, e o objetivo é estudar os resultados que essa alteração alimentar tem em vários aspectos, como a disposição, a cognição, e até a vida sexual. Um dos gêmeos recebem uma dieta onívora, balanceada e saudável, e o outro recebe uma dieta vegana, também balanceada e saudável. Além disso, eles são acompanhados por treinadores físicos. Nós acompanhamos 4 desses pares bem de perto no processo todo.
Acho que a série é muito boa em ser pontual e não se alongar demais. Enquanto vemos o decorrer das semanas, conhecemos mais sobre a pecuária, criação de salmão, laticínios, e todos os aspectos que envolvem a produção dos alimentos que chegam a nossa mesa, principalmente os de origem animal. Fica nítido a questão ambiental envolvida nessa produção, e é inevitável aquela sensação de 'meu Deus, o mundo está acabando mesmo!'.
Mas também fica uma mensagem positiva, mostrando a iniciativa de sucesso de várias pessoas, que reverteram sua própria alimentação, ou pessoas que empreendem com alimentos feitos a base de planta. A questão do veganismo é muito forte na série, apesar do nome não deixar isso tão claro. Eles não usam aquelas imagens super chocantes, apesar de ter algumas, os fatos e as narrativas são mais chocantes.
Adorei ver os resultados de cada dupla que acompanhamos. Uma delas, que não seguiu a dieta, teve números não esperados, porque simplesmente comeram menos do que deveriam. Achei muito interessante a explicação dos profissionais sobre o que é saudável e como o peso da balança não necessariamente reflete o peso bom ou ruim, porque é preciso levar em conta a quantidade de gordura e músculos que a pessoa tem.
Infelizmente são poucas pessoas que têm condições de fazer esse tipo de acompanhamento, tão bem instruído. Assim como não são todos que acesso a alimentos de qualidade.
Há poucos dias atrás eu li o famoso livro de Krenak, 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo'. Acho que essas duas produções se complementam e ajudam a acordar para a nossa situação: a do mundo no geral e a de cada pessoa. Não é preciso ir muito longe para ter um consenso que as comidas ultraprocessadas são prejudiciais a nossa saúde, e que o planeta está vivendo na capacidade máxima para produzir a quantidade de alimento que comemos.
Terminei a série motivada a dimunuir meu consumo de alimentos de origem vegetal (que já é bem reduzido, na verdade) e ter um estilo de vida mais saudável. Cada um têm um apelo, e o meu está sendo a saúde. Não é fácil abandonar os ultraprocessados, são tão práticos no dia a dia, e bem gostosos, mas é um esforço que pode evitar doenças no futuro.
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